Tenho estado muito atenta à minha relação com o Tempo.
Percebi que compromissos com hora marcada tendem a me deixar desconectada, ansiosa, irritada e acima de tudo controladora.
Percebi que um dia com encadeamento seqüencial de eventos pré-marcados deixa minha alma adormecida.
Percebi que o trabalho não precisa preencher o inteiro intervalo de 9hs às 18hs.
Percebi que preciso ficar mais em casa, pisando no meu chão. Isso me organiza.
Percebi que meditar no inicio da manhã faz o Tempo render muito mais.
Percebi que posso ter Tempo para tudo o que eu quiser.
Percebi que o Tempo pode ser elástico.
Percebi que estar mais solta das obrigações tem me dado dias longos e recheados.
Percebi que posso fazer tudo o que preciso fazer em muito menos Tempo.
Percebi que a Presença faz o Tempo ser mágico.
Uma mudança de paradigma está tomando corpo. Minha relação com o trabalho está mudando radicalmente. Não sinto mais a obrigação de comparecer ao meu posto, à minha empresa diariamente e estar ligada nisso o dia inteiro. Sinto liberdade para me ligar a outras experiências: cuidar de filhos, cozinhar, meditar, escrever meus sonhos, fazer as funções da casa, ler, encontrar amigos e familiares, olhar nos olhos…
Sinto uma vibração muito maior para agir quando estou solta, quando posso criar o meu dia. Surpresas podem acontecer, sonhos podem se realizar. E o trabalho acontece com mais foco, mais segurança e mais alegria porque não estou presa a ele, posso entrar e sair dessa relação.
Quanto mais ativa estou na Vida, mais elástico o Tempo se mostra. Tenho vivido dias tão inteiros e recheados que quando deito para dormir sinto-me alimentada. Muito diferente do corre-corre automático que me esvaziava e entristecia.
Precisamos nos sintonizar com o que nos faz bem e dar o Tempo necessário para essas atividades. Não de forma auto-indulgente ou hedonista, mas com auto-responsabilidade.
Sim podemos parar e contemplar o pôr do sol, acender um incenso, tomar um chá, deitar na rede e sentir o cheirinho da filha. Não seremos atropelados pelo Tempo, nem pela morte, até porque da morte não poderemos mesmo fugir.